O Mês de Março e as Quartas-Feiras são dedicados a São José

Contudo, o mês de março se impôs com a publicação em 1810, em Roma, do livro de Marconi intitulado “ O mês de março consagrado ao glorioso Patriarca São José, esposo da Virgem Maria para obter o seu patrocínio na vida e na morte”. São Gaspar Bertoni ficou entusiasmado com esse livro e procurou ler suas meditações durante toda a sua vida passando a recomendar e a celebrar os exercícios de piedade contidos nele, e, por fim, se preocupou com a edição deste em 1844.

O papa Leão XIII, na encíclica “Quamquam pluries “ de 15 de agosto de 1889, lembra o salutar costume de dedicar o mês de março a São José com exercícios de piedade e o recomenda a todos os cristãos pedindo que se pratique ao menos um tríduo de oração por ocasião de sua festa.
Por ocasião do cinquentenário da proclamação de São José como Patrono da Igreja, no dia 25 de julho de 1920, o papa Bento XV em seu Motu próprio Bonum sane pedia a todos os bispos para implorarem a ajuda de São José lembrando-lhes as várias maneiras de devoção dedicadas a ele, especialmente todas as quartas-feiras e o mês de março.

O papa João Paulo II em sua exortação apostólica “Redemptoris custos” ensinou que São José é muito mais que uma “piedosa presença” no âmbito das devoções populares, pois ele teve a missão de servir diretamente a pessoa e a missão de Jesus mediante o exercício de sua paternidade, cooperando com o mistério da salvação da humanidade.
Diante de lúcido pensamento, o mês de março se apresenta como uma oportuna ocasião para conhecer o guarda do Redentor e a ele tributar nossos louvores de devotos josefinos.
Ainda no que diz respeito a prática da devoção a São José, é preciso dizer que os cristãos desde o século II celebravam os domingos referência a Páscoa e as quartas e sextas-feiras em referência ao dia a prisão e da morte de Cristo; inclusive estes dois dias da semana eram considerados dias de jejum. Mais tarde, a partir do monge Alcuíno, morto em 804, os dias da semana foram coligados com um mistério da salvação em referência a uma virtude ou a um santo e então a quarta-feira passou a ser ligada, dentre outras coisas, à virtude da humildade.

A confirmação da prática da devoção a São José nas quartas-feiras se consolidou, sobretudo pelos incentivos dos papas, como por exemplo, do papa Inocêncio XII que em 1695 concedia indulgências aos membros da Confraria de São José que visitassem na quarta-feira a igreja dos carmelitanos descalços em Bruxelas. Já o papa Bento XIV concedia aos carmelitas descalços da Catalunha em 1745, a permissão de celebrar uma missa solene de São José toda quarta-feira do ano. Da mesma maneira o papa Clemente XIV autorizava aos mesmos religiosos celebrar uma segunda missa solene aos fieis no mesmo dia. O papa Pio VII, em 1819, concedia indulgência para todas as quartas-feiras do ano a quem rezasse nestes dias as Dores e Alegrias de São José. No dia 5 de julho de 1883, o papa Leão XIII confirmava a quarta-feira como dia de São José em toda a Igreja com missa votiva correspondente. O papa Bento XV por ocasião do cinqüentenário da proclamação de São José como Patrono da Igreja Universal enfatizava a importância da consagração de todas as quartas-feiras e dos dias do mês de março consagrados a São José.
Juntamente com as quartas-feiras dedicadas a São José não faltou também, a partir de 1645, com o carmelitano Antonie de La Mère de Dieu, da região de Avinhão – França, a prática devocional “das quinze quartas-feiras” com meditações sobre os mistérios dolorosos e gozosos de São José. Em 1676 o carmelitano belga Ignace de Saint-François propôs a devoção “das sete quartas-feiras” em honra dos sete privilégios de São José. Esta prática foi incentivada e seguida por várias congregações religiosas. Por fim, Madre Marie-Marguerite de Valbelle no início de 1700, colocava para sua comunidade a prática da “primeira quarta-feira” do mês com o objetivo de obter do santo Patriarca a graça de uma santa morte. Esta prática foi acolhida por Bento XV com indulgência plena para todos fieis que cumprissem esse exercício de piedade josefina.
Pe. José Antonio Bertolin, OSJ
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